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terça-feira, 15 de maio de 2012

Se Grelhando

A geada gela. O ar gelado rela. O ardor da grelha anda nada. O gado anda à grelha onde o grelhado arde. O ardor alargando. O ar ardendo. A grelha relê os arredores, lendo degelo. Ele e ela relendo os arredores, lendo o ardor. O gado anda. O ar arde. O ardor relendo a dor. O gelo degela. A dor se relê. O gelo se lê degelar. O ar se lê arder. A dor se lê grelhar no ar do só arder, e se lê gelar no ar da geada gelada. E rela a grelha que rala o gelo ao seu redor, no se relar, se ralar e se gelar do ar de se andar ao redor da grelha e da geada gelada.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Ar e Mar

Eu tenho medo de viver sem ti.
Não por ti, mas por mim,
Por ser assim uma terra sem grama,
Uma total lama,
De onde não saem homens...
Talvez amebas.

Tenho medo demais
De não ser capaz
Como pensava ser antes,
Nos dias constantes
De desencorajamento,
De ações sem sentimento,
De vida sem viver,
De nunca entender
O que é ser ou estar
Neste mar de flechas tortas
Jogadas contra portas,
E tolos que se deixam atingir
Por nunca quererem ficar,
Simplesmente quererem partir.

Este ir e vir me cansa.
Esta contínua matança
Não qual mato verde, onde se come,
Mas este infanticídio.
Este total suicídio, em lento e atento ficar
Não no mar mas na lama total.
Não há sequer o mal,
Ou mesmo um final,
Senão o final.

Afinal o que seria esta terra barrenta?
Esta indiferença?
Esta cor de fosca suspensão?
Essa inanimação?
Essa falta de intenção,
Senão por si mesmo,
Senão pelo almejo,
Pelo desejo ruim
De querer ser assim
Melhor?

Não há por quê...
Um porquê qualquer,
Uma vida de fé,
Uma fé que viva,
Senão a minha,
Que não vejo agora.

Se está, está fora
De alguma porta
Em algum canto
Sem encanto
Das terras submersas
Dos marrons imensos
Fluidos, intensos
Em sua não intensidade.

Não há sequer uma verdade.

Mas há talvez um motivo qualquer
Porque a vida que vive ainda quer,
E ai, talvez se encontra
Em alguma encosta,
Sob as águas escuras em que não posso respirar.

Nessas águas em que estou a flutuar
Por imensa dificuldade,
Nadando já sem vontade,
Cansando e com mal estar,
Ainda andam tolos,
Ainda nadam poucos,
Ainda estamos todos.

Engula este pouco de ar que tem
E iremos além
De onde estávamos antes
Correndo sempre e constante
Engasgando nesse ar pesado.

Eu tenho medo de viver sem ti.
Não por ti, mas por mim,
Porque sendo assim,
Assim será, como está.
Mas ainda assim entendo,
Que assim ainda está sendo,
E assim ainda será.
Não haverá por que esse mar
Ser diferente sem ti,
Mesmo que pense existir
Ou não.

Basta manter a razão.
Basta dar alguma vazão.
A boa intenção,

E ser você.
Como foi,
Admita,
Como é
Se permita
Como quer,
Trabalhe.

E falhe,
Pois ainda falhará.

Basta apenas pensar
E não procurar motivos
Que não estão lá.

Eu tenho medo de viver sem ti,
Por que assim vivo,
E agora tento comigo
Me lembrar que nada mudou
Apenas alcançou
Esta verdade
A minha mente...

domingo, 6 de maio de 2012

Entre Finas Barras

D'ondyo papagaio não sai
O pardalzinho vem e vai.
O papagaio vai lento
E não o alcança jamais.

Quase não o vê passando,
Tantas sementes jogando
Por aquelas que ele quer
A pensar o que faz brando.

Não sabe ele ainda
Em sua tão nova vida
Que a gaiola de barras
Não faz do loro vítima.

Por um tão longo momento
Sentindo real alento
O dono daquele mundo
Comandou seu movimento

Sem ter qualquer ferimento
Aquele pardal pequeno
Tentou em desespero ir
Voltar ao seu livre vento

Porém só poderia ir
De novo àquele mundo
Syesperar passar as barras
O bom papagaio lento.